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sábado, 27 de junho de 2015

É tempo de crise ou oportunidade?

Quem determina se você deverá ficar preocupado?

Esta é uma época difícil de se assimilar. Uns estão reclamando pelos cantos, pelas filas dos bancos e outros comemorando os bons resultados. Oras será que alguém está dissimulando?
Não, na verdade estão sendo bem verdadeiros.
A crise normalmente chega antes por boatos. Alguns assumem o seu papel de miseráveis e coitadinhos e passam a sofrer bem antes do tempo, consequentemente a produtividade cai, a esperança diminui, a alegria se esvai e vem o desânimo, o pessimismo e parece mesmo que é o fim do mundo.
Mas um outro grupo aproveita o ensejo para vender mais, por suas ideias em prática, para mudar de emprego e crescer profissionalmente.
A crise, é o melhor momento para tirar vantagens, a maioria das pessoas ficam sem visão, amedrontadas, e é uma ótima chance de sobressair no emprego mostrando habilidades em tempos de dificuldades, sugerindo melhorias nas rotinas de trabalho, ou talvez até mesmo descobrindo um novo produto ou processo. É a época de tirar os coelhos da cartola.
Provavelmente muitos estão exatamente assim neste ano de inicio conturbado. Não que não exista uma crise, mas quem está sendo mais afetado? Será que você não está sofrendo uma dor que não é sua? Ainda que estejas sendo diretamente atingido, é melhor que encontres força para a superação. Reinvente-se.
Você descobrirá forças que nunca imaginou ter, perceberá que tem muito mais criatividade que já te disseram.
Pense em criar ou melhorar algo neste cenário!
Lute contra o marasmo. Não dê ouvidos para os corvos do mercado.
Decida ser o vencedor em tempos de crise.
Uns perdem dinheiro para que outros ganhem, o tempo todo é assim.

Ezequias Anacleto

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http://www.ezequiasanacleto.com.br/

segunda-feira, 8 de junho de 2015

A dificuldade de enraizar

O tempo de permanência no emprego 

Esta semana ao realizar algumas entrevistas de emprego com alguns jovens, percebi o quanto o mercado de trabalho mudou desde a minha época para cá, e eu estou falando de apenas quinze anos atrás.
Na década de 90, a primeira experiência de trabalho era bem diferente da realidade atual. Os jovens começavam a trabalhar no mercadinho da esquina de empacotador, vendendo picolés nas ruas, de ajudante na construção civil e de contínuo (office-boy), mas este último era para poucos, tinha que ser indicado por alguém da empresa.
Trabalhar com registro em carteira era privilégio, o desemprego era alto, economia ainda estava no processo de estabilização e o jovem não era a mão de obra desejada pelas empresas.
Lembro que um dia marquei com um amigo para procurar emprego pela manhã, sendo assim, no dia seguinte de posse dos Currículos fomos às agências de empregos “pegar” as filas em busca de uma oportunidade. No caminho, ele me perguntou sobre a minha experiência de trabalho com registro em carteira. Obviamente que era difícil naquela época conseguir emprego sem experiência, mas ele soltou uma frase do tipo desanimadora: “Ai fica difícil sem experiência”.
De fato, ele estava certo. As empresas priorizavam quem já tinha alguma experiência, por isso até os meus 19 anos trabalhei sem registro.
Atualmente o cenário é bem diferente. Tenho entrevistado jovens com frequência, e é preocupante a quantidade de registros em carteira de menos de um ano. Muitos registros de curta duração.
Tenho percebido que a média de permanência no emprego de jovens abaixo de 24 anos está em torno de um ano e meio por empresa. É uma característica desta geração que muda muito de emprego.
Antigamente se falava muito em criar raízes na empresa. O termo parece velho. Aliás, nem os da minha geração levam o termo tão a sério.
Trabalhar em várias empresas por períodos tão curtos, isto demonstra que este trabalhador está sem rota profissional, atirando para todo lado como cego em tiroteio.
Mas faço um alerta, hoje o mercado está para peixe, amanhã pode ser diferente. Jovens com tantas passagens rápidas por empresas prejudicam o próprio Currículo profissional. Não se especializa como deveria. Depois de tanto tempo no mercado de trabalho continua sem uma profissão definida por causa das aventuras no mercado de trabalho.
O IBGE começou a fazer este levantamento em 2002, e de lá para cá o Tempo de Permanência no Emprego vem caindo, a média do brasileiro está em torno de seis anos por empresa.
A tendência é que casos de empregados que se iniciam no mercado de trabalho e se aposentam na mesma empresa torne-se cada vez mais raros.
Trabalhadores que projetam carreira profissional em uma empresa são bem vistos pelos recrutadores e líderes corporativos. No entanto, é consenso que é uma espécie em extinção, poucos são os trabalhadores que desejam crescer profissionalmente no tempo ideal de trabalho designado pela empresa. A ansiedade por crescimento profissional e a questão salarial são os principais motivos que levam os trabalhadores mudarem de emprego.
Criar raiz é ter uma profunda identificação com a empresa e funcionários. Enraizar-se.

Ezequias Anacleto



Consumismo

O aumento desenfreado do consumo 


Adquirir é uma experiência muito boa para qualquer mortal. É maravilhoso ter condições financeiras para comprar e realizar desejos de consumo. Seja homem, seja mulher, este ato faz muito bem para a autoestima, para saúde mental. Como seres integrantes de um mundo consumista nada mais natural que vivamos pensando/sonhando em “ter” algum produto novo. 
O consumo é inerente a qualquer idade, pode ser criança, adulto ou idoso, teremos sempre necessidades de consumo. Faz parte da nossa rotina de vida. Faz parte de um sistema.
O consumo alimenta a economia, pois é a base vital para o sucesso econômico. Baixo consumo resultará no enfraquecimento da economia e vice-versa. E toda economia forte é pautada no alto consumo de sua população, aliado a exportação de parte da produção. 
Voltando na época feudal, onde se cultiva a terra para ter os próprios alimentos, ou parte das necessidades era suprida pelas trocas de mercadorias, e por fim algumas aquisições a dinheiro. 
Consumo é um comportamento do capitalismo.
O fato que o consumo equilibrado tem dado lugar ao consumismo. Que é o ato de adquirir produtos desnecessários ou supérfluos. Mas, quais as principais causas que levam uma pessoa a consumir exageradamente de forma irresponsável?
Não podemos omitir o apelo midiático, são propagandas, modismos, comunicação em massa entre outros. Estes agentes influenciadores são responsáveis pela moldagem de um padrão de comportamento de uma sociedade consumista.
O consumismo pode gerar sérios problemas de saúde quando a necessidade de consumo se torna uma doença, ultrapassando a fronteira do exagero consumista para comportamento compulsivo. É um estado grave, uma doença que deve ser tratada.
Conheci uma jovem estudante que mantinha por anos um comportamento compulsivo, todo o mês adquiria um ou dois pares de sapatos, e a grande maioria ela nunca tinha usado para sair. É um consumismo típico da nossa época.
Outro fator problemático do consumismo está ligado à violência urbana. Jovens sem condições de consumir produtos caros optam pelo furto, sendo que a contravenção legal é o meio encontrado para ter algo num menor espaço de tempo. São pessoas que sentem um desejo imenso de adquirir um produto que está muito aquém da sua realidade financeira socioeconômica. 
E para finalizar, não poderia deixar de falar que este hábito moderno tem gerado um excedente de produtos sem utilidades. São produtos que rapidamente resultaram em produtos obsoletos. Fato que contribui para a produção imensa de lixo urbano. Sofre o meio ambiente sendo castigado pelos excessos de uma geração irresponsável com o consumo.
Quando a necessidade do meio ambiente superar a necessidade do consumo, a importância da consciência ambiental ficará evidente no mundo (frase de Ivo Leite).

Ezequias Anacleto


O hábito esquecido

Aprendendo economia para economizar

Eu ainda era um jovem de 19 anos, quando comentei com meus pais que faria a faculdade de Economia. A minha mãe me indagou porque era necessário uma faculdade para aprender a economizar. Imaginem que para uma família pobre, um membro fazer uma faculdade era razão de muito orgulho, entretanto eles não sabiam ao certo que curso era este. Na verdade eu também não!
Mas o que é Economia? É a ciência que trata das necessidades humanas; que envolve os nossos desejos de consumo, dentro das possibilidades dos recursos disponíveis como salário, emprego e oportunidades de compras. Tem ainda os deveres com os governos, como o pagamento de impostos, que conhecemos tão bem. Segundo Paul A. Samuelson e William D. Nordhaus, economia pode ser definida como a ciência que estuda a forma como as sociedades utilizam os recursos escassos para produzir bens com valor e de como os distribuem entre os vários indivíduos.
Todo mundo tem um pouco de economista, assim como temos um pouco de médico, de psicólogo e até de técnico de futebol. Isto demonstra a nossa capacidade de opinar em muitos assuntos, e em alguns casos com precisão na análise realizada.
Minha genitora tinha razão, economia é para economizar mesmo. A palavra economia é um termo grego que significa “normas para administração da casa”. Então, abrange também as financeiras pessoais! É importante para o controle das contas, a captação de recursos (dinheiro), para honrar os pagamentos (dívidas) e fazer o dinheiro sobrar no fim do mês (poupança).
Poupar dinheiro é muito pouco disseminado. Recordo da minha avozinha, ela sempre dizia - poupar é bom para as emergências. Eu entendia que era uma atitude muito responsável. Por serem pessoas tão simples, analfabetas e sem acesso a informação com temos hoje, eles sabiam o que deveriam fazer a cada fim de mês. Poupar.
Não é fácil manter esta disciplina, são tantas as oportunidades promocionais, que não passa pela nossa cabeça guardar dinheiro por enquanto. E quanto aos inúmeros lançamentos de produtos, como deixa-los de adquirir? E não esquecendo ainda que temos os gastos com os lazeres, afinal, ninguém é de ferro e faz bem passear.
É, os tempos mudaram, o mundo mudou, os brasileiros também! É difícil pensar em economizar numa época de crédito abundante. Bancos, operadoras de cartão de créditos, financeiras e governo, todos emprestam. E o povo ávido por dinheiro, usufrui do crédito financeiro oportuno. Tá fácil, fácil, de conseguir dinheiro.
Pelo empréstimo é cobrado o tal do “juro”. Aliás, falamos mais de juros que poupança. Basta atentarmos para o fato da vedete de consumo dos jovens, o automóvel. Na grande maioria das vezes é adquirido com empréstimo a “juros”.
E o que dizer do investimento financeiro! Nem se fala, ou melhor, nem lembramos.
Economizar é uma arte para poucos! São tantas as tentações para o consumismo, com tanta oportunidade de empréstimos que se torna quase impossível ir contra a maré. A minha avozinha que era astuta, sabia como ninguém poupar seu dinheirinho no esconderijo secreto, denominado bule de chá, era de enfeite. E sempre esteve ali.

Ezequias Anacleto


Fonte: Foto http://www.flickr.com/photos/diretordearte/page2/